Um verdadeiro laboratório.

Na universidade a Coordenadora do Colegiado de Pedagogia me encaminha para uma possibilidade de estágio. Como universitária, vou animada e percebo que o estágio seria no Laboratório de Informática da maior escola particular de minha cidade (ensino fundamental e médio). Só de imaginar a situação eu tremi. O que sabia eu fazer? Digitar textos no Word? Navegar no Google? Mandar e-mails? Logo na entrevista (uma amiga também resolveu tentar) percebi que a coisa era mais difícil do que eu pesava. A minha amiga nem sabia digitar, mas, eu fiquei com a vaga.

Uma estudante de Pedagogia num Laboratório de Informática? Era quase certo que os alunos daquela escola (todos com grande poder aquisitivo) tinham mais conhecimento de tecnologias e acesso do que eu. Meu supervisor e, conseqüente professor, me deu uma semana para aprender e dominar (mesmo que superficialmente) programas como PowerPoint, Flash, Nero... e tantos outros, isso que era motivação (ou eu aprendia ou perdia a tão esperada chance de estagiar. E ele, meu supervisor, era também formado em Pedagogia, com especialização em Informática Educacional.

Percebi que a utilização de todos os programas de um computador pode tornar uma aula mais estimulante. Mas nada acontecia por acaso não. Os professores construíam um planejamento, encaminhavam para nós do Laboratório de Informática, juntos discutíamos quais programas seriam utilizados e só depois é que os alunos entrariam em contato com os conteúdos e atividades.

Aprendi junto aos alunos dessa Escola a animar ciclos da água, vetores, carros; a criar jornais on-line sobre a História do Brasil; a gravar musicas e vídeos; e principalmente a prendi a não temer a tecnologia e a gama de informações que recebemos com o avanço das mídias.

Aprendi que a Pedagogia deve andar de mãos dadas com as mídias. A televisão é item presente em praticamente todos os lares brasileiros, os jornais expõem suas noticias pendurados em bancas ou jogados no meio das ruas, o rádio divulga instantaneamente noticias do mundo inteiro e em cada esquina existe uma LAN House; o que nossas crianças farão com essas informações e como trabalharão com elas, já que não se pode evitá-las? É aí que a Pedagogia entra mediar, orientar, ajudar as nossas crianças a “digerirem” tudo.

Eu aprendi a digerir as mídias e tecnologias, não foi um processo fácil! Durou alguns anos e o mais importante foi o que passei no Laboratório de Informática. Não chego ao ponto de ser viciada em computador, mas todo dia ele é ligado para me dar alguma informação. Tenho mp4, Ipod, Laptop, pen-drive, tela de LCD, itens que quando estive no Laboratório de Informática não estavam disponíveis ainda, mas que hoje fazer parte do meu cotidiano. Entretanto não deixo de escutar a Rádio Universitária, na hora do almoço, para ouvir as noticias “quentinhas” ou deixo de escrever (em papel de carta e por correio) para meus amigos que moram longe.

Espero ter colaborado com a minha experiência. Que não acabou, pois mesmo não trabalhando mais na Escola citada, acho que nunca deixei de participar do Laboratório. Mas agora é o Laboratório da Vida, e que no qual agora compartilho com você a minha vivência.